A volta dos que não foram...
Não, não confunda com a série homônima. Apesar de ter o mesmo título em português, o filme Sobrenatural (EUA, 2010, "Insidous") não tem nada em comum com a série de TV sobre os irmãos caçadores de demônios. Neste, o diretor James Wan de Jogos Mortais (SAW, 2004) e os responsáveis por Atividade Paranormal (Paranormal Activity, 2007), Jason Blum, Steven Schneider e Oren Peli se unem para construir um clima amedrontador sobre a base de uma boa estória.
Ficha técnica
Título Original: Insidious
País:
Ano: 2010
Direção: James Wan
Roteiro: Chad Hayes, Carey W. HayesElenco: |
Pontos positivos
+ Sequências aterrorizantes
+ Enredo
Pontos negativos
- Caça fantasmas- Excesso de exposição - Além mundo sem graça |
Enredo
Seu filho mais velho, Dalton (Ty Simpkins) simplesmente não acorda de uma noite de sono. Os médicos, de mãos atadas, não sabem dizer o que houve com ele. E acabam liberando o menino, mesmo em coma, para viver na casa dos pais sob os cuidados da mãe em seu quarto.

A partir daí, diversos fatos estranhíssimos começam a acontecer na casa. A mãe aterrorizada convence o marido e a família se muda para um novo lar. Ela não demora muito para perceber que o problema não era a casa, pois os mesmos acontecimentos estranhos continuaram após a mudança.
Aos poucos, eles se dão conta que há algo de errado com o seu filho. E nesse sentido, fixa-se o pretexto básico do filme, que é a capacidade que algumas pessoas possuem de sair do corpo enquanto dormem. Estando neste estado, as que se distanciam demais acabam ficando vulneráveis a espíritos mal intencionados e não conseguem voltar ao seu corpo.
Em certo momento descobre-se que o pai do garoto sofreu com isso na infância e que ele tem a mesma habilidade. Então, mais ao fim o pai tenta buscar o seu filho em uma viagem ao além.
Produção
De um modo geral a produção é boa, pecando apenas nas tomadas onde é mostrado o além mundo. Os efeitos sobrenaturais quando não exagerados são excelentes.
Falando em além mundo, a impressão que dá é que outra equipe foi responsável por fazê-la. O trash e o brega entram em ação com figurinos exagerados e maquiagens detestáveis. Da casa mal assombrada mostrada nesta outra dimensão só se aproveita a significativa porta vermelha. Gostaria que esta visão parasse por ali mesmo.

Já no áudio, o filme se aproveita bem dos sistemas de som, em certo momentos até demais, criando diversos sustos baratos apenas com efeitos sonoros. Isso seria um defeito se o conjunto da obra não criasse uma atmosfera terrificante. Felizmente ele faz isso de forma competente em sua parte inicial.
Opinião

Até metade de Sobrenatural, que é a fase de sugestão, a atmosfera é arrasadora. Até mesmo quando surge um equipe de caça fantasmas que descamba pra um lado nada bom. Piadas sem graça e esteriótipos toscos desanimam o espectador. Pelo menos Elise(Lin Shaye), a sensitiva do trio salva o restante da equipe da zorra total.

Deixando esses "detalhes" de lado, Sobrenatural se desenvolve bem. O clima de medo varre o ambiente até que surgem os primeiros fantasmas.
Tenho uma opinião muito forte sobre os filmes desse tipo que "mostram demais". Sejam eles alienígenas, demônio ou fantasmas. O ponto alto do gênero de suspense é justamente não saber o que está lá. Esse clima de sugestão e desconhecido por si só já é aterrorizante. Pouquíssimo são os casos em que o que é mostrado funciona de fato. O que se vê em "Insidious" é algo no mínimo estapafúrdio. Percebe-se algo que tenha saído diretamente de "Beetlejuice" (Os fantasmas se divertem, 1988), porém esse, é uma comédia. Este clima trash não parece ter lugar neste trabalho, pois apesar de encaixar na história perde-se todo o clima terrificante da trilha.
O longa poderia se contentar com as excelentes descrições dos monstros que aterrorizam o menino. Como a cena em que é desenhado o demônio do rosto de fogo no teto pelos caçadores de fantasmas.

Infelizmente a obra não se perde apenas nos espíritos, mas sim em toda encenação do além mundo. Esperava-se muito mais do que a casa mal assombrada com a demônio prendendo o garoto em correntes que abrem apenas com a mão. Sem contar as lutas físicas entre mortos e vivos que parecem surreais demais para a trilha.

Entretanto, mesmo com esses defeitos, Sobrenatural funciona bem no que se propõe a fazer, que é causar medo com uma estória interessante e fugindo do lugar comum.
Vale avisar que os problemas nos "fantasmas" são minimizados ao assistir o segundo, portanto assistam a continuação.
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